Se empresas maiores, que possuem um RH atuante no desenvolvimento das pessoas e da cultura, muitas vezes patinam por não conseguirem priorizar as pessoas, não é difícil imaginar o quanto esse assunto é muito menos abordado nas pequenas empresas. Por isso, vamos esclarecer como fazemos isso aqui na Neurony!
Sobre a Neurony
A Neurony é uma startup capixaba que vêm se destacando por desenvolver negócios que impactam positivamente as pessoas. Na engenharia, a atuação principal da Neurony tem sido na área da saúde, desenvolvendo equipamentos médicos e atuando como “braço de inovação” de grandes empresas. Por isso, a maior parte do time é de engenheiros e, na nossa jornada de desenvolvimento de inovações, o impacto do autoconhecimento e do conhecimento mútuo passou a ser um diferencial.
Gradualmente, modelos que adaptamos para aplicação interna (Cultura, Propósito/MTP, Pertencimento, OKRs, HCD, Scrum, e outros) foram sendo estendidos para os clientes. Mas, foi no final de 2018 que inserimos o perfil comportamental como premissa para os times das empresas com projetos conosco. Como os resultados de uma pessoa se dão 25% pelas habilidades técnicas e 75% pelas habilidades socioemocionais, consequentemente, os efeitos positivos foram nítidos.
O autoconhecimento através do Perfil Comportamental
Gostamos muito de uma fala de Carl Rogers que diz “Quanto mais um indivíduo é compreendido e aceito, maior tendência tem para abandonar as falsas defesas que empregou para enfrentar a vida, e para progredir num caminho construtivo.”
Em 2018, os 5 sócios da Neurony embarcaram num processo profundo de autoconhecimento; a gente não imaginava o que estava começando ali. Se nos perguntassem na época se nos conhecíamos, certamente responderíamos: “como a palma da mão”. Mas, ao rodarmos alguns mapeamentos, um em especial, baseado no DISC e com melhor algoritmo que conhecemos, descobrimos que nossa comunicação e atuação estavam longe de considerar o “modo operante” de cada um.
Descobrimos que as cobranças às cegas desperdiçavam habilidades potentes e que os combustíveis das pessoas eram diferentes. Ou seja, não estávamos utilizando nosso maior potencial! Ávidos por mais conhecimento, iniciamos nossa imersão em comportamento humano e os nossos relacionamentos internos e externos nunca mais foram os mesmos.
A Cultura Organizacional
Todas as pessoas do time já tinham sua identidade revelada quando nos perguntamos: “Mas e a identidade da Neurony?”. Foi quando iniciamos os estudos sobre as diversas metodologias de mapeamento de Cultura e escolhemos nos aprofundar na mais simples, a de Harvard, explicada neste post. Descobrimos que as culturas de Aprendizado e Ideal pulsavam no time, que ainda era pequeno, com os sócios representando a maioria. Mas, quando dobramos o time, sentimos na pele a dificuldade de segurar a cultura (tema para outro post). Hoje mapeamos trimestralmente e conversamos sobre o assunto com frequência. Sempre que estamos planejando, a cultura é o nosso Norte, ela nos lembra o que nos faz bem, o porquê estamos juntos ali, fazendo planos.
A mudança sempre começa dentro de casa!
Em casa de ferreiro, o espeto não pode ser de pau. A Neurony tem sido reconhecida como empresa ágil pela velocidade e qualidade de suas entregas, mesmo estas sendo grandes. Mas como isso tem sido possível?
Sempre que estamos atuando com clientes, a Neurony é o nosso maior e melhor depoimento, falamos do que sentimos, do que vivemos. Por isso, o Perfil Comportamental é como um guarda-chuva que cobre todos os nossos projetos e protege nossos clientes de processos exaustivos que drenam energia. Se estamos trabalhando com uma empresa de liderança mais executora, evitamos reuniões com muita informação, para não causar desconexão e dificuldades nos avanços. É preciso falar a língua das pessoas, principalmente das que decidem!
Gostamos da teoria do Drew D’Agostino que diz que: “Como ficou mais fácil se conectar com as pessoas, ficou muito, muito difícil se comunicar com elas.” Ou seja, o contato com as pessoas é mais fácil, mas de fato comunicar, passar a mensagem certa, tem sido o maior desafio!
Lidando com conflitos
A maioria dos problemas se dão por falta de compreensão mútua. Primeiro, é importante ter clareza sobre si próprio, sobre as pessoas que nos cercam e o local onde se encontra. Desse modo, permitimos o maior potencial do ser humano. No livro “The How of Happiness”, a autora Sonja Lyubomirsky (2007) discorre sobre a importância do autoconhecimento no alcance do bem-estar.
É a partir deste autoconhecimento que podemos saber aquilo que nos causa dor e ansiedade/angústia. Por isso, é necessário conhecer nossas qualidades, saber no que somos bom e o que podemos desenvolver ainda, saber o que nos deixa feliz, quais meus valores e o que não abro mão na minha vida. Portanto, fica evidente que o autoconhecimento é elemento crucial para o autodesenvolvimento e para entender o outro.
Por onde começar
Estimule a liberdade de expressão do time
É comum, quando não conhecemos de perfis e cultura, que os diretores/CEOs se rodeiem de pessoas idênticas a eles. Isso é mais confortável, como um atalho, mas, acredite, nenhuma empresa se torna robusta sem diversidade.
Com um time diverso (diversidade de perfis, formações, experiências de vida), o desafio passa a ser estimular que todos sejam eles mesmos, que tenham voz, que não falem o que os líderes querem ouvir. Hoje estamos com 12 pessoas entre 17 e 45 anos, sendo engenheiros, psicólogos, designers, estudantes, e estudamos continuamente áreas diferentes das formações.
Torne clara a cultura da empresa
Um time que sabe como a empresa vai realizar seus objetivos é um time seguro, e por isso, motivado, de baixo estresse e alta energia.
Estimule o autoconhecimento
Invista nas pessoas! Seja por meio de consultorias, por processos de Coach ou, ainda melhor, pela Persora! Essa é a melhor forma de dividir a responsabilidade com o time, e portanto, de fazer a empresa crescer.
Mantenha o tema Cultura/Pessoas ativo
Perder a conexão com a equipe é fácil, o difícil é construir. Manter o assunto ativo significa conectar as ações da empresa com a cultura e as pessoas. Ou seja, todos se tornam protetores da cultura da empresa, e, se alguém “escorregar”, há sempre quem puxe: “isso está coerente com o que somos?”
Faça pares de trabalho
Na Neurony sempre atuamos em pares (no mínimo), nunca sozinhos. Focamos nas competências/habilidades do time, e não nas limitações. Juntamos as competências necessárias para cada etapa dos projetos e essas normalmente estão em pelo menos duas pessoas. Por isso, foi necessário que o time todo dominasse o assunto, o que fez aumentar muito o respeito e a admiração, gerando cuidado mútuo, e, consequentemente o desenvolvimento das pessoas.
Multiplicando
O desejo de multiplicar tudo isso nos motivou a construir a Persora. Uma spin off da Neurony que nasceu para transformar pequenas e médias empresas através de uma plataforma simples, que leva o time todo ao mindset de cultura e pessoas e à construção de um ambiente mais feliz e produtivo.
Nosso desejo é que todos consigam passar a maior parte do tempo fazendo coisas que gerem energia e não que drenem. Isso seria ganhar mais vida.
E na sua empresa? A forma como as pessoas atuam está gerando ou drenando energia? E com você? Quais hábitos diários tem cultivado para gerar/revigorar a sua energia?
REFERÊNCIAS
Lyubomirsky, S. (2007). The how of happiness: a new approach to getting the life you want. New York: Penquin Group.
Nossa empresa passa pela situação citada nesse post, que por sinal, muito bem escrito e de fácil compreenção. Estamos usando a Persora para nos ajudar a seguir com a cultura dos sócios. Parabéns pela iniciativa.
Obrigado, Paulo. Sua organização obterá crescimento investindo em Cultura e Pessoas!